Memória de São Francisco de Assis
A humildade perfeita não se contenta em reconhecer os seus limites ou a sua miséria. O que a inspira, mais do que a consciência de não ser nada, é o amor ardente àquele que, sendo o nosso tudo, se esvaziou a si mesmo, o mais pobre dos pobres, para nos enriquecer com a sua grandeza.
Evangelho de hoje, 04 de outubro (Lc 10,17-24): «Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo»
Os setenta e dois discípulos voltaram alegres, dizendo: «Senhor, até os demônios nos obedecem por causa do Teu nome». Jesus respondeu: «Eu vi Satanás cair do Céu, como um relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo. Nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos nos Céus». Naquela mesma hora, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: «Eu Te louvo, Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do Teu agrado. Tudo Me foi entregue por Meu Pai, e ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». E voltando-se para os discípulos em particular, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que vós estais vendo! Pois eu vos digo: muitos profetas e reis quiseram ver o que vós estais vendo, e não viram; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram».
COMENTÁRIO: Celebramos hoje a memória de S. Francisco de Assis, cujo coração transbordante de caridade transfigurou-se de modo extraordinário a Cristo crucificado. Foi justamente o seu amor ardente por Nosso Senhor que lhe mereceu o título de Seráfico: Francisco assemelhava-se, de fato, a um serafim que, contemplando o rosto de Deus, não pode não se abrasar diante da amorosa majestade do Altíssimo. Tendo vivido apenas quarenta anos, o poverello de Assis representou um capítulo decisivo e marcante na história da Igreja. Em sua época, com efeito, eram grandes e recorrentes as disputas entre os poderes temporal e eclesiástico: o primeiro arrogando-se o direito de nomear bispos e abades e, desta forma, tomar as altas “fileiras” da hierarquia; o segundo tentando livrar-se da ingerência perniciosa de almas interessadas mais em lucrar o mundo do que o céu. Embora estes embates só tenham chegado a termo com o Concílio de Trento, a mensagem de S. Francisco, em pleno século XIII, foi já a resposta para este conflito: é preciso determinar-se a seguir, com a radicalidade do Evangelho, a Cristo pobre e sofredor. É apenas quando um cristão vive, de modo pessoal, a pobreza como um valor e o desprendimento dos bens temporais como uma meta que Deus encontra espaço para reinar-lhe no coração. A pobreza franciscana é, pois, o segredo da verdadeira riqueza, que é o amor de Cristo, pelo qual vale pena vender tudo o que se tem com grande alegria. Que também nós, pela intercessão de S. Francisco de Assis, possamos descobrir o tesouro de Cristo e, fazendo de nossa alma uma humilde manjedoura em que ele deseje habitar, tenhamos a caridade ardente dos anjos e serafins.
Reflexão: “É apenas quando nos desprendemos dos bens da terra que podemos, tendo a Cristo como nossa única riqueza, fazer realmente o bem aos outros e levar o maior tesouro que possuímos nesta vida: o Evangelho e a luz da fé.”
Nossa Senhora do Silêncio e São Francisco de Assis, rogai por nós, pelo Brasil, pela Igreja de Cristo e pelo fim das guerras e das pandemias!
A Jesus, toda honra, louvor e adoração!
Shalom🐎🐄🐗🐺🐋🦓🐆🦣🦥🐿️🐊🦒🦘🦜🦚🦨🐓