Evangelho de hoje, 13 de novembro (Lc 17,20-25): “O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”
Os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Ele respondeu: «O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: Está aqui, ou: Está ali, pois o Reino de Deus está no meio de vós». E ele disse aos discípulos: «Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. Dirão: Ele está aqui ou: Ele está ali. Não deveis ir, nem correr atrás. Pois como o relâmpago de repente brilha de um lado do céu até o outro, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração».
COMENTÁRIO: “O Reino de Deus está no meio de vós.” Eis o mistério que o Senhor hoje nos revela, como que nos conduzindo a pôr os olhos naquela experiência de Santo Agostinho, que, em meio a tantas procuras pelo Deus desconhecido, depois de se debruçar sobre a filosofia e as belezas criadas, descobre enfim que o Senhor estivera o tempo todo dentro de si: “Tarde Te amei, ó beleza tão antiga e tão nova”, escreve em suas Confissões, “tarde Te amei! Eis que estavas dentro, e eu fora. Eu estava, Senhor, longe de ti, porque estive longe de mim. Eu Te procurava nas formosuras que criastes, chora o bispo de Hipona. Tu, porém, nunca me deixastes; eu é que me esqueci de Ti e procurei-Te onde não estavas. O testemunho de Santo Agostinho nos indica que, para encontrarmos o Senhor que nos criou, temos de mergulhar em nós e nos dirigirmos a este Deus que, presente em tudo pelo Seu poder e por Sua ciência, faz-Se hóspede silencioso da alma humana. “Lançava-me disforme sobre as belezas que fizestes e ali Te procurava”. Deus está sempre conosco; somos nós, no entanto, que, alienando-nos de nós mesmos pelo pecado, nos afastamos d’Ele. A própria leitura de hoje ilustra convenientemente esta realidade: Jesus, o Filho de Deus, está ali, ao lado dos fariseus; esses hipócritas, cegados pela vaidade, endurecidos pelo orgulho, são incapazes de perceber Quem é que lhes dirige a palavra. Não sigamos o exemplo dos fariseus nem do jovem e inquieto Agostinho; não busquemos o Senhor no dinheiro, no prazer, nos aplausos do mundo… Busquemo-Lo, sim, onde Ele mesmo deseja estar: no nosso coração, na intimidade de nossa alma. Peçamos ao Senhor uma fé sempre firme nesta Sua presença amorosa e silenciosa. Que Ele nos ajude a mergulharmos em nós mesmos, para que, amando de volta o Deus que nos ama tão de perto, possamos reconhecer a presença do Reino em nossas vidas.
Orai sem cessar: “Venha o teu Reino, Senhor!”
A Jesus, toda a honra, louvor e adoração!
Shalom🙏

