Evangelho de hoje, 17 de outubro de 2021 (Lc 12,1-7): “O fermento dos fariseus”
A multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem uns aos outros. E Jesus começou a dizer, em primeiro lugar para os seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha a conhecer-se. Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores, será proclamado sobre os telhados. Digo-vos a vós, meus amigos: não temais os que matam o corpo e depois nada mais podem fazer. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar na Geena. Sim, Eu vos digo, a esse é que deveis temer. Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum deles é esquecido diante de Deus. Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».
COMENTÁRIO: Celebramos hoje a memória de S. Inácio de Antioquia, bispo, um desses grandes mártires da era subapostólica a que, desde o início, a Igreja manifestou toda a sua veneração, a ponto de incluí-lo no próprio Cânon da Missa. Como se sabe, os primeiros dois séculos do cristianismo costumam ser divididos em duas etapas principais: a era apostólica é aquela compreendida entre o início da pregação do Evangelho, a partir de Pentecostes, e a morte do último Apóstolo, S. João, por volta do ano 100; a era subapostólica, por sua vez, refere-se à primeira geração de discípulos instruídos diretamente pelos Apóstolos, mas que não foram testemunhas oculares de Nosso Senhor. É dentro deste último período que têm lugar as atividades de S. Inácio, nascido na Síria em torno do ano 35. Inácio foi eleito bispo de Antioquia — prova clara da estrutura hierárquica de que Cristo dotou sua Igreja desde o princípio —, tornando-se assim o primeiro sucessor de S. Pedro no governo dessa venerável comunidade de fiéis, os primeiros a se identificarem pelo nome de cristãos (At 11, 26). Condenado às feras durante o governo de Trajano, Inácio foi enviado a Roma em 110 (ou 108) e, uma vez aprisionado, à espera de receber a palma do martírio, escreveu um conjunto de sete cartas endereçadas às igrejas da Ásia. Uma delas, no entanto, está dirigida especialmente aos romanos, cuja igreja “preside às demais na caridade”. Nela, Inácio roga aos fiéis de Roma que não intervenham em seu processo, deixando-o ser entregue às feras, já que é morrendo em suas presas que ele espera chegar ao Deus da vida: “Sou o trigo de Cristo”, escreve, “e oxalá venha a ser moído nos dentes das feras para me tornar pão imaculado. Que eu possa imitar a Paixão do meu Senhor. Só agora sinto que começo a ser verdadeiro discípulo”. E acrescenta: “Permiti que eu receba a luz pura. Quando eu aí chegar”, para ser morto e triturado, “então serei homem de verdade. Desejo o pão de Deus, que é a carne de Cristo; e por bebida o seu sangue, que é amor incorruptível”. Arrebatado pelo amor de Nosso Senhor, desejando desprender-se desta carne mortal para estar com Deus, Inácio viveu até o fim, com heroísmo verdadeiramente sobrenatural, aquelas palavras de S. Paulo: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fp 1, 21), porque é Ele o nosso único e sumo bem, preferível a todas as outras coisas. Que, a exemplo dessa glória do episcopado, possamos também nós, abrasados pela caridade divina, não buscar senão a glória de Jesus Cristo, por amor ao qual o mundo deve estar para nós crucificado e nós, crucificados para o mundo.
Reflexão: “Sou trigo de Deus, serei triturado pelos dentes das feras para tornar-me o puro pão de Cristo. Rogai a Cristo por mim, para que por este meio me torne sacrifício para Deus.” (Sto Inácio)
Santo Inácio de Antioquia, rogai por nós, pelo Brasil, pelo fim das guerras e das pandemias, pela Igreja de Cristo e pelos cristãos perseguidos e martirizados no mundo inteiro!
A Jesus, toda honra, louvor e adoração!
Tenha um abençoado final de semana!
Shalom🙏