Reflexão do Evangelho 18/11/2024

Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo
“A liturgia de hoje chama-nos a Roma, ao túmulo dos dois Apóstolos, às Basílicas de S. Pedro e S. Paulo. Estão distantes entre si, mas une-as um mesmo espírito, uma mesma fé se respira nelas, um mesmo Cristo fala nas duas. «Eu posso-te mostrar os sepulcros dos Apóstolos. Se vieres ao Vaticano, se chegares à Via Ostiense, verás os gloriosos troféus dos que fundaram esta Igreja». Assim escrevia no século II um presbítero de Roma, Caio.”

Evangelho de hoje, 18 de novembro (Lc 18,35-43): “A cura do cego de Jericó”
Quando Jesus se aproximou de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmola. Ouvindo a multidão passar, perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe: «Jesus Nazareno está passando». O cego então gritou: «Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!» As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: «Filho de Davi, tem compaixão de mim!» Jesus parou e mandou que lhe trouxessem o cego. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou: «Que queres que eu te faça?» O cego respondeu: «Senhor, que eu veja». Jesus disse: «Vê! A tua fé te salvou». No mesmo instante, o cego começou a enxergar de novo e foi seguindo Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu glória a Deus».

COMENTÁRIO: Hoje, o Evangelho nos apresenta a cura de Bartimeu, símbolo da condição de quem vive à margem. Cego e mendigo, Bartimeu estava “sentado à beira do caminho” e só pôde aperceber-se da chegada de Jesus por causa da grande multidão que O acompanhava. A cegueira desse pobre habitante de Jericó sinaliza a nossa falta de fé, isto é, a incapacidade de enxergarmos a realidade à sombra luminosa de Deus, que nos revela o sentido e o valor verdadeiro das coisas do mundo; o Senhor nos desperta, por meio do dom da fé, para as riquezas espirituais que nos estão reservadas no Céu. Esta cegueira, como de resto não poderia deixar de ser, nos conduz à mendicância, quer dizer, ao estado deplorável em que, rejeitando aquela alegria eterna e perfeita que Deus deseja compartilhar conosco, nos apegamos às “esmolas” desta vida passageira: preferimos as migalhas e o pó aos bens celestes, à felicidade interminável dos filhos do Altíssimo. Cegos e mendigos, também nós buscamos aqui na terra uma felicidade que nunca se encontra. O Senhor, porém, passa por nós, assim como cruzara o caminho daquele cego miserável. Temos de fazer como Bartimeu: gritar e pedir a Deus incessantemente que Ele nos dê a virtude da fé: “Senhor, que eu veja!” Precisamos, pois, jogar fora os nossos trapos e mantos de mendigo, temos de nos desapegar das vaidades e das solicitações mesquinhas do mundo. Se queremos a abundância dos tesouros de Deus, devemos nos espelhar no exemplo deste cego curado: largar tudo, dar glória ao Senhor e, tomando as cruzes de cada dia, segui-lo nesta íngreme subida que existe entre a nossa vida terrena, a nossa Jericó, e a Jerusalém celeste, onde Cristo vive e reina pelos séculos sem fim.

Orai sem cessar: “Curai-me, Senhor, e ficarei curado; salvai-me, e serei salvo, porque sois a minha glória” (Jer 17,14)
São Pedro e São Paulo, apóstolos e pilastras da Igreja de Cristo, rogai por nós e pelos Ungidos do Senhor!
A Jesus, toda a honra, louvor e adoração!
Shalom🙏

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