Evangelho de hoje, 19 de novembro (Lc 18,1-8): “A necessidade de orar sempre”
Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de orar sempre, sem nunca desistir: «Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum. Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, e lhe pedia: Fazei-me justiça contra o meu adversário! Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: Não temo a Deus e não respeito ninguém. Mas esta viúva já está me importunando. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha, por fim, a me agredir!». E o Senhor acrescentou: «Escutai bem o que diz esse juiz iníquo! E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar fé sobre a terra?».
COMENTÁRIO: Conhecermo-nos a nós próprios para conhecermos a Deus! Para chegarmos à humildade, não há nada mais direto ou mais adaptado do que o encontro conosco próprios na verdade. Para tal, basta não esconder nada, banir o espírito de engano, olharmos para nós de frente, sem nos deixarmos distrair. Olhando desta maneira para si própria à luz da verdade, a alma talvez descubra que se encontra na «região da dissemelhança»; e então, suspirando tristemente, porque a sua verdadeira miséria já não pode ser-lhe ocultada, gritará ao Senhor, com o profeta: «Na tua verdade, humilhaste-me» (Sl 118,75). E como não há de sentir-se penetrada de humildade quando se conhece a si própria com toda a verdade? Pois a alma percebe-se, sob o peso do pecado, cega, retraída, sem forças, sujeita a muitos erros, exposta a mil perigos, alarmada por mil receios, ansiosa com mil problemas, assaltada por mil suspeitas, preocupada com mil necessidades, com propensão para o vício e impotência para a virtude. Poderá ainda ter um olhar altivo e manter a cabeça erguida? Quando o sofrimento se torna penetrante como um espinho, não será para ele que a alma se volta? Sim, voltar-se-á para as lágrimas, voltar-se-á para o choro e os lamentos, voltar-se-á para o Senhor e exclamará com humildade: «Cura a minha alma, pois pequei contra Ti» (Sl 40,5). E, logo que se voltar para o Senhor, receberá a consolação, porque Ele é «o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação» (2Cor 1,3). Depois desta experiência, Deus manifesta-Se como Salvador. Conhecermo-nos a nós próprios será um passo para reconhecermos a Deus. Ao renovar a sua imagem em nós, Ele próprio Se tornará visível. De facto, quando, de rosto descoberto e sem máscaras, refletires a glória do Senhor como num espelho, serás transformado nessa mesma imagem, cada vez mais nítida e clara, como convém à ação do Espírito de Deus (2Cor 3,18) – (São Bernardo, monge cisterciense, doutor da Igreja).
Orai sem cessar: “Antes mesmo que clamem, eu lhes responderei; quando ainda estiverem falando, eu os terei ouvido” (Is 65,24).
A Jesus, toda a honra, louvor e adoração!
Tenha uma santa e abençoada semana!
Shalom🙏

