Evangelho de hoje, 20 de março (Lc 16,19-21): «O pobre Lázaro e o rico epulão»
«Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas». Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’». O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem! ‘ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, não acreditarão’».
COMENTÁRIO: Evitemos parecer-nos com o «rico mau»! Tem cuidado, irmão, não vá o destino do «rico mau» ser também o teu. Se esta história foi escrita, é para que evitemos ser como ele. Homem, imita a terra, dando frutos como ela; não te mostres menos bom do que ela, que não tem alma. A terra não dá frutos para si mesma, mas para o teu serviço; com a vantagem de que os benefícios da tua benevolência revertem a teu favor, pois é aos benfeitores que cabe sempre a recompensa do bem que fizeram. Porque te atormentas tanto e fazes tanto esforço para esconder a tua riqueza atrás de argamassa e tijolos? Quer queiras quer não, um dia terás de deixar o teu dinheiro; pelo contrário, levarás contigo à presença do soberano Mestre a glória do bem que fizeste, quando todo um povo, correndo a defender-te perante o juiz comum, te chamar nomes que dirão que os alimentaste, que os ajudaste, que foste bom. Como deverias estar grato, feliz e orgulhoso pela honra que te foi concedida: não seres tu que vais incomodar os outros à sua porta, serem os outros que se acotovelam diante da tua. Mas tornas-te inacessível, foges a esses encontros com medo de ter de ceder um pouco daquilo que guardas com tanto zelo. E só sabes dizer: «Não tenho nada, não te dou nada, porque sou pobre». És pobre de fato, e pobre em todos os sentidos: pobre de amor, pobre de bondade, pobre de confiança em Deus, pobre de esperança eterna (São Basílio, monge e bispo).
Orai sem cessar: “A passagem de uma sombra: eis a nossa vida, e nenhum reinício é possível uma vez chegado o fim, porque o selo lhe é aposto e ninguém volta.” (Sb 2,5)
A Jesus, toda honra, louvor e adoração!
Shalom🙏