Evangelho de hoje, 06 de julho (Lucas 10,1-12.17-20 ou 1-9): «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos.»
Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir. E dizia-lhes: «A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não vos demoreis para saudar ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós. Permanecei naquela mesma casa; comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador tem direito a seu salário. Não passeis de casa em casa.» Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. Mas quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade que se grudou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo: naquele dia, Sodoma receberá sentença menos dura do que aquela cidade. Os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: «Senhor, até os demônios nos obedecem por causa do teu nome». Jesus respondeu: «Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo. Nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos nos céus».
COMENTÁRIO: Depois de decidir resolutamente subir para a cidade santa de Jerusalém, o Senhor escolhe, como último esforço missionário, outros setenta e dois discípulos e os envia “dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir”. Envia-os para que o povo se prepare para a vinda iminente do Reino de Deus, que se realizará, não com o triunfo do poder político de Israel sobre as demais nações, mas como reinado de verdade e de vida (Jo 10, 10; 14, 6; 18, 37), de santidade e de graça (Jo 1, 14.16), de justiça, de amor e de paz (Rm 2, 5s; 1Cor 13, 8; Is 9, 6; 32, 17). Trata-se, portanto, de um Reino eminentemente espiritual (Jo 18, 36), do qual só há de participar quem renunciar a si mesmo e, tomando a própria cruz, seguir os passos do Redentor. Eis porque o missionário cristão, além da arma da palavra, escrita ou falada, precisa de uma vida de sacrifício, de oblação, de configuração ao Senhor crucificado. É isso que torna fecundas as pregações e exortações, que dá eficácia ao anúncio de Cristo. Se por caridade para com Deus e com o próximo estamos todos obrigados a ser apóstolos e evangelizadores, ali mesmo onde vivemos e trabalhamos, não há meio mais eficaz de levarmos o Evangelho aos corações do que nos fazendo tudo para todos (1Cor 9, 2), derramando gota a gota o sangue do nosso tempo, oferecendo ao Pai, como reparação da desordem do pecado, nosso e alheio, sacrifícios voluntários e um espírito desapegado: “Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias”. Que o Senhor nos dê força e ânimo para nos desfazermos por nossos irmãos, a fim de que todos sejamos santos a seus olhos e consigamos a vida que Ele nos mereceu pela aspersão do seu sangue.
Reflexão: “São Lucas destaca o entusiasmo dos discípulos pelos frutos da missão. Oxalá que este evangelho desperte em todos os batizados a consciência de que são missionários de Cristo.” (Bento XVI)
Sangue de Cristo, torrente de misericórdia, salvai-nos!
A Jesus, toda honra, louvor e adoração!
Tenha uma santa e abençoada semana!
Shalom🙏