Reflexão do Evangelho 09/06/2021

Bom dia Espírito Santo! O que vamos fazer juntos hoje…

Evangelho de hoje, 09 de junho (Mt 5,17-19): «Não vim abolir a Lei nem os Profetas»
Disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar os outros, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus».
 
COMENTÁRIO: «A Lei, os Profetas e a Igreja de Cristo». Com a renúncia de Bento XVI, rompendo uma tradição de 600 anos, voltou-se a viver um clima parecido ao do Concílio Vaticano II, no qual a mídia discutia diariamente questões teológicas e morais. Diz-se que a igreja está encolhendo e em trajetória de extinção. Por que então a figura do papa ainda desperta tanto interesse? Talvez a resposta esteja na própria compreensão que a igreja tem do papa. Por mais atrevido que possa parecer, nós, católicos, acreditamos que ele não erra ao transmitir a doutrina de Jesus Cristo. Não é pouco. Jesus disse “Eu sou a Verdade”. Por esse motivo, a igreja afirma que há verdades inegociáveis, e não apenas consensos. Ela ainda aposta, por exemplo, na capacidade (e na beleza) de se viver a fidelidade conjugal e a castidade. “Não vim abolir a lei, mas cumpri-la”, explicava Jesus. Ele não veio modernizar os dez mandamentos da lei de Moisés. Com a igreja ocorre o mesmo. Ela não negocia o núcleo da sua doutrina. Temos a mesma fé de Pedro, de Agostinho e de Teresa de Calcutá. E estamos agradecidos por tantas gerações de católicos que souberam respeitar as condições de sustentabilidade da sua fé. Há uma linha ininterrupta de 264 papas que nos transmite o tesouro que Pedro e os apóstolos receberam diretamente de Jesus Cristo. O papa não é o produto midiático de uma época, mas transcende o seu tempo. Isso significa que a igreja vive da inércia? Em absoluto. Mas ela não necessita, neste momento, modernizar as suas propostas pastorais, pois o Concílio Vaticano II já o fez. Foram estabelecidas as pontes para um diálogo construtivo com o mundo moderno. Trata-se agora de continuar a implementá-las. O Concílio Vaticano II ofereceu luzes para a ação da igreja no mundo. Permitiu uma compreensão mais profunda das consequências da liberdade, da secularidade e do pluralismo. A igreja está apta a conviver com a cultura política contemporânea e a sociedade pós-moderna. A verdade deve ser proposta, e não imposta, repetiu diversas vezes Bento XVI. Os textos do Vaticano II são uma eloquente manifestação desse equilíbrio entre continuidade e reforma, cujo mérito se deve a Paulo VI. No entanto, a interpretação de um concílio nunca é um céu de brigadeiro. Sempre há a tentação da ruptura com a verdade revelada, na tentativa de substituí-la pelas opiniões do momento. São João Paulo II e Bento XVI, ambos protagonistas do Vaticano II, sofreram enorme pressão para que pactuassem com tal ruptura. No entanto, escolheram outra via de modernização para a igreja. Estavam serenamente convictos de que o verdadeiro Concílio exigia a hermenêutica da reforma na continuidade. Os dois rejuvenesceram a igreja, tanto com os seus escritos – o Catecismo da Igreja Católica é surpreendentemente contemporâneo! – como com as suas vidas. Que o digam os funerais de João Paulo II, com 174 chefes de Estado e milhões de peregrinos. Esse equilíbrio entre reforma e tradição é o milagre constante da Igreja e o seu desafio permanente. Não é fácil explicar como uma Instituição, que começou sendo governada por uns pescadores da Galileia, tenha sobrevivido a tantos impérios, revoluções e cataclismos. Há algo nela que ultrapassa a nossa compreensão (Monsenhor Vicente Ancona Lopez).
 
Orai sem cessar: “A Lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma!” (Sl 18,8)
São José de Anchieta, rogai pelos Missionários, pelo Povo Indígena e pelo fim da Pandemia!
À Jesus, toda honra, louvor e adoração!
Shalom🙏Veni Sancte Spiritus! Veni Lumem Cordium!

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