Festa de Nossa Senhora de Guadalupe
Mãe de Jesus e de toda a humanidade, Maria, sob o título de Guadalupe, manifesta-se em nosso continente como protetora dos pequenos e defensora dos oprimidos. Sua imagem apareceu impressa no manto do índio São Juan Diego em 1531, período de grande opressão espanhola no México.
Evangelho de hoje, 12 de dezembro (Lc 1,39-47): «Santa Maria visita Santa Isabel»
Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que crestes, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!» E Maria disse: «Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador».
COMENTÁRIO: Celebramos hoje com grande alegria a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira de toda a América. No ano de 1531, ornada com as vestes reais da imperatriz asteca, a Virgem Santíssima, resplandescente como o sol e tendo a lua debaixo dos pés, apareceu grávida a um indígena mexicano convertido, Juan Diego, canonizado em 2002 pelo então Papa São João Paulo II. Apresentando-se, pois, como a virgem gestante de que fala o Apocalipse de São João (cf. Ap 12, 1-2), Maria Santíssima como que fez o Evangelho encarnar-se nas Américas; trouxe-o, de fato, aos povos que aqui viviam afastados da luz de Cristo e fechados ao amor de Deus. Como sinal deste chamado à conversão, o Senhor imprimiu na tilma de Juan Diego a imagem de nossa Mãe, prodigiosamente pintada e até hoje intacta, apesar do pobre tecido de cacto em que foi gravada e de todos os anos de intempéries a que, completamente desprotegida, esteve sujeita. Para celebrar esta festa, a Igreja nos propõe o episódio da visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel. A Virgem, já grávida de Jesus, dirige-se às pressas à casa de sua parenta e, lá chegando, contempla o primeiro milagre, na ordem da graça, que o seu Filho haveria de produzir: “Quando Isabel ouviu a saudação de Maria”, escreve o Evangelista Lucas, “a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” Cristo e João Batista ali se encontram pela primeira vez, ambos ainda encerrados nos ventres de suas mães. Assim também o Senhor fez sua querida Mãe visitar as Américas; ela, carregando ainda dentro de si o Redentor de todos os homens, veio a estes povos recém-descobertos e, dirigindo-lhes uma maternal saudação, lhes trouxe a salvação que Cristo conquistou para todos os que se abrem ao seu amor. “Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado”, disse a Virgem a São Juan Diego, “não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa.” Esse o consolo, essa a alegria que Maria Santíssima nos veio trazer. Que a festa de hoje imprima bem fundo em nossos corações — de forma indelével e permanente, como o ícone de Guadalupe — a esperança que nos deve animar a lutar pela santidade e pela conversão de todos os povos. Que o Senhor nos ajude a encontrar sempre na Virgem Santíssima essa presença de mãe dadivosa com que ela mesma nos deseja consolar e proteger.
Advento é tempo de oração e penitência; tempo de espera e de esperança, tempo de estarmos alertas e vigilantes para acolher o Senhor que vem!
Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina, rogai por nós, pelo fim das guerras e das pandemias, pela Igreja de Cristo e pelos seus Ungidos!
A Jesus, toda honra, louvor e adoração!
Shalom🙏