Evangelho de hoje, 23 de novembro (Lc 20,27-40): “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.”
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, os quais negam a ressurreição, e lhe perguntaram: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: Se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. Também o segundo e o terceiro se casaram com a mulher. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. Na ressurreição, ela será esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa». Jesus respondeu-lhes: «Neste mundo, homens e mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos de participar do mundo futuro e da ressurreição dos mortos não se casam; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos; serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. Que os mortos ressuscitam, também foi mostrado por Moisés, na passagem da sarça ardente, quando chama o Senhor de Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó. Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele». Alguns escribas responderam a Jesus: «Mestre, falaste muito bem». E não mais tinham coragem de lhe perguntar coisa alguma.
COMENTÁRIO: O sentido do celibato! O questionamento dirigido hoje pelos saduceus a Nosso Senhor nos dá ocasião de meditar um pouco sobre este preciosíssimo dom para a Igreja que é a virgindade por Cristo e seu Evangelho. Como é sabido, o celibato não contou com muitos admiradores nem entre os povos pagãos nem entre os hebreus, cuja sensibilidade moral, por mais aperfeiçoada que estivesse pela Lei, não chegou a entrever o valor dessa virtude. Pode-se dizer, com efeito, que até o nascimento de Jesus Deus “não havia ainda revelado ao mundo as excelências da virgindade”, cuja beleza apareceria em todo seu esplendor na perfeitíssima dedicação do Filho encarnado a seu Pai: de fato, ao longo das páginas do Evangelho, o Senhor se mostra “tão virginal e entregue ao amor virginal a Deus que somente vive do Pai, para o Pai e para realizar e levar a cabo a obra que o Pai lhe encomendara”. A perspectiva que aqui mais nos importa, porém, é justamente aquela em que nos coloca o texto de São Lucas: a virgindade, tendo a Cristo por modelo, tem a vida eterna por meta e a ressurreição por esperança. Os que vivem o celibato vivem já aqui nesta vida com o olhar voltado para a vida que teremos no Céu, onde seremos iguais aos anjos, que não se casam nem se dão em casamento. Renunciando, pois, ao casamento terrestre, que se desfaz com a morte, preparam-se os que guardam a virgindade para as núpcias celestes, que durarão para a eternidade. Por isso, o celibato pode ajudar-nos a compreender melhor como devemos viver o casamento, pois aponta para o fato — é, na verdade, como que um seu “sinal” — de que fomos criados para uma união mais íntima e sublime, como membros de um só Corpo glorioso. A família humana está, em última análise, destinada a perpetuar-se como família de santos e bem-aventurados, unidos não já por meros laços de sangue, mas pela confirmação na graça e amizade de Deus.
Orai sem cessar: “Para mim, a felicidade é me aproximar de Deus, é pôr minha confiança no Senhor.” (Sl 72,28)
Nossa Senhora do Silêncio, São Clemente 1º e São Columbano, rogai por nós, pelo fim das guerras e das pandemias, pela Igreja de Cristo e pelos seus Ungidos!
A Jesus, toda a honra, louvor e adoração!
Shalom🙏